domingo, 31 de agosto de 2014

Exposição: As Revoltas Regenciais Brasileiras

(Acervo pessoal)

A exposição foi realizada no pátio da E.E.B. Alice da Silva Gomes durante o mês de agosto do ano de 2014. O acervo foi produzido pelos alunos dos oitavos anos após seus estudos sobre as principais revoltas que surgiram no Brasil durante o Período Regencial.

Cada dupla deveria reproduzir notícias baseadas no que estudou sobre a Revolta dos Malês, a Cabanagem, a Revolução Farroupilha, a Sabinada ou a Balaiada. Os alunos estavam livres para escolher a revolta que mais lhe interessou para em seguida produzir a capa de um jornal contendo nome, local e data de publicação,  valor, colunas e imagens.

O conteúdo, as cores e o idioma deveriam respeitar o contexto histórico estudado durante as aulas anteriores. Confira o resultado clicando sobre as imagens para ampliá-las:

(Acervo pessoal)
(Acervo pessoal)
(Acervo pessoal)
(A Balaia por Lauany 8°I/2014 - Acervo pessoal)

(A Sabinada por Gabrielli Linhares e Nathan Duarte8°II/2014 - Acervo pessoal)

Filme: Pompéia

(Gladiadores durante apresentação - cena do filme Pompéia, lançado em 2014)

Esse filme pode ser considerado uma grande ajuda para professores que desejam trabalhar a temática romana a partir do cotidiano de gladiadores, mulheres e políticos. O grande potencial dessa obra é o fato de ter trazido a tona esses conceitos básicos do império romano sem usar cenas fortes e impactantes como seus antecessores, exemplo: Gladiador.

Talvez, por esse motivo, o filme não tenha despertado grandes críticas,  comentários e indicações.  Pois foge do padrão sanguinário que costuma interessar ao grande público.  Mas para trabalhar com as séries iniciais ele é muito adequado.

É importante ressaltar que a explosão do vulcão Vesúvio foi bem retratada com todos os tremores, inundações e arremessos de rochas que os historiadores já comprovaram. No entanto, como toda obra fictícia, há alguns erros historiográficos que devem ser corrigidos pelo professor durante a exibição.

Posso dizer que, apesar de alguns gráficos bastante fracos, a obra é super indicada para o trabalho em classe sem o risco de despertar problemas devido a cenas chocantes ou sensuais. O cinema, nesse caso, se tornou um grande aliado educacional.

Confira a obra e compartilhe sua opinião nos comentários abaixo. Até mais!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O Segundo Reinado Brasileiro

(Capa da Revista Ilustrada de 1887 demonstrando o cansaço de D. Pedro II ao se aproximar do fim de seu reinado no Brasil)
Foi o período em que o Brasil foi governado por Dom Pedro II que exerceu o mais duradouro de todos os governos brasileiros. Começou em 23 de julho de 1840, quando o Partido Liberal apoiado pela população brasileira resolveu conceder a maioridade para Pedrinho que na época contabilizava apenas 14 anos de idade, e se estendeu até 15 de novembro de 1889 quando ele foi deposto pelo Marechal Deodoro da Fonseca que instaurou a República em nosso país. Durante esse período, ocorreram fatos muito importantes para a sociedade brasileira como: a detenção das revoltas rurais e urbanas iniciadas durante o Período Regencial, a Revolução Praieira, a Guerra do Paraguai, a ascensão da produção cafeeira, a Abolição da Escravidão e a grande imigração de europeus. Vejamos cada um desses acontecimentos com mais detalhes:

A detenção das revoltas regenciais rurais e urbanas

As elites brasileiras organizaram um reforma no governo para conter o povo, pois só assim conseguiriam proteger suas grandes propriedades mantidas com trabalho escravo. Como acreditavam que somente um governo forte e centralizado seria capaz de deter as inúmeras revoltas que haviam se iniciado nas províncias, tomaram algumas medidas como: a criação da Lei de Interpretação do Ato Adicional de 1840 que diminuiu o poder das Assembleias Provinciais, a reforma do Código do Processo Criminal de 1841 que retirou o poder dos juízes de paz eleitos nas pequenas localidades para passá-lo para o governo central e a reforma da Guarda Nacional decretando uma renda altíssima para quem quisesse se candidatar, além de que os oficiais deveriam ser eleitos pelo governo central ou pelos presidentes das províncias.

A Revolução Praieira (1848)

Aconteceu em 1848 na província de Pernambuco por iniciativa do povo que estava descontente com o domínio português sobre o comércio. Os revoltosos exigiam o direito ao voto masculino e a liberdade de pensamento, a nacionalização comercial e o fim do poder moderador de Dom Pedro II, mas foram sufocados em apenas dois meses.

A Guerra do Paraguai (1864 a 1870)

Aconteceu entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) que disputavam o controle dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, pois esses rios serviam para a venda dos produtos paraguaios para todo o mundo, assim como para a comunicação do sul brasileiro com a província de Mato Grosso.  Os conflitos começaram quando o Uruguai sofreu uma disputa interna de poder e o Paraguai quis intervir, mas foi impedido pela Argentina que não permitiu a passagem paraguaia até os uruguaios. Tempos depois de o Paraguai ter declarado guerra aos argentinos, também começaram a atacar o Mato Grosso, assim o Brasil se uniu as tropas argentinas juntamente com os uruguaios. As primeiras batalhas foram vencidas pelo Paraguai, mas em 1865 a Tríplice Aliança venceu a batalha do Riachuelo conseguindo chegar ao território paraguaio, entretanto, a Tríplice só conseguiu encerrar a guerra em 1870 quando assassinou o presidente paraguaio, Solano López. O Paraguai, que carregava o título de um dos países mais ricos do mundo, acabou destruído, perdeu 4/5 de sua população e algumas terras, além de ter adquirido uma alta dívida com empréstimos para bancar a guerra. O Brasil perdeu 4.000 soldados, não cumpriu sua promessa e manteve a escravidão dos negros que participaram dos conflitos, presenciou o fortalecimento do exército e vivenciou uma alta inflação devido aos empréstimos obtidos com a Inglaterra para se manter durante tantos anos nos campos de batalha.

A ascensão da produção cafeeira

Os primeiros ramos de café foram trazidos da África para o Brasil em 1727, até onde se tem notícia. Em 1840, quando Dom Pedro II começou a governar, a planta já era a principal fonte econômica do país representando 40% da renda nacional. Mais da metade do café vendido mundialmente era produzido nas regiões de Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. Isso foi possível graças ao bom clima, abundância de terras, alta disponibilidade de mão de obra e o aumento do consumo da bebida na Europa e nos Estados Unidos da América. As plantações trouxeram muito progresso pro sudeste brasileiro, os barões do café investiram em melhorias no transporte ferroviário, na produção de algodão e nas tecnologias industriais, por outro lado, a escravidão negra também foi intensificada.

A Abolição da Escravidão

A abolição da escravidão no Brasil ocorreu por pressão da Inglaterra em cima de nosso governo, mas os ingleses não fizeram isso por questões humanitárias, mas sim porque sairiam ganhando muito com isso. Por exemplo, se os produtores brasileiros não gastassem tanto com a compra de escravos poderiam comprar mais produtos vindos das fábricas inglesas, os negros que viviam em terras africanas pertencentes á Inglaterra poderiam se dedicar somente ao comércio inglês, assim como o açúcar inglês produzido nas Ilhas Britânicas com mão de obra livre finalmente venderia mais caso não precisasse competir com o brasileiro que era mais barato justamente por ser produzido de graça pelos escravos. Porém, mesmo com a pressão inglesa, a abolição no Brasil foi um processo muito lento por causa da resistência dos grandes senhores de escravos. Até chegarmos à Lei Áurea assinada pela princesa Izabel em 13 de maio de 1888 decretando o fim definitivo da escravidão em todo o Brasil, foram aprovadas várias leis paliativas como:
  • Lei para inglês ver (1831): proibiu que navios negreiros trouxessem africanos para o Brasil, mas não foi cumprida, ela só existiu no papel. O apelido "para inglês ver" deixa claro que a intenção era somente acalmar os ânimos da Inglaterra;
  • Ato Bill Aberdeen (1845): decretava que navios negreiros seriam julgados como barcos piratas quando fossem descobertos em funcionamento;
  • Lei Eusébio de Queiroz (1850): proibiu definitivamente a vinda de navios negreiros para nosso país;
  • Lei Rio Branco / Lei do Ventre Livre (1871): decretava que, a partir daquela data, as crianças nascidas de mães escravas seriam livres ao completarem oito anos de idade caso seu dono recebesse uma indenização do governo brasileiro, se não a criança trabalharia até completar os 21 anos para pagar por sua liberdade;
  • Lei dos Sexagenários (1885): decretava que os escravos seriam livres ao completar 65 anos de idade, mas é importante lembrar que a expectativa de vida deles não ultrapassava a faixa de 40 anos;
A Lei Áurea realmente só foi assinada porque o Brasil estava sendo temporariamente governado pela jovem princesa Izabel que ocupava o lugar de seu pai Dom Pedro II enquanto ele realizava uma de suas viagens para a Europa, viagens que já tinham se tornado uma rotina e demonstravam o quanto o monarca estava cansado de seus trabalhos no Brasil. Mas e os escravos? O que aconteceu com eles após ganharem a liberdade? Completamente sem rumo, muito continuaram vivendo de favor e trabalhando de graça para seus antigos donos, outros foram tentar a vida e caíram na criminalidade e alguns grupos formaram as primeiras favelas de nosso país. Se tomarmos consciência de que a abolição foi a menos de 150 anos atrás, então entenderemos porque a maioria dos negros brasileiros ainda não alcançou uma vida melhor e, por favor, não me digam que o preconceito não existe mais e que os negros se mantêm na marginalidade por opção própria.

A grande imigração de europeus

A notícia da liberdade dos escravos demorou a alcançar todos os cantinhos de nosso país, então muitas fazendas demoraram até libertar seus negros. Durante um bom tempo, a saída encontrada para a falta de trabalhadores no sudeste cafeeiro foi comprar escravos do norte e sul brasileiros, que os utilizavam menos. Mas, com o passar do tempo e com o fim definitivo da escravidão, os grandes cafeicultores ficaram sem mão de obra para suas plantações. Assim, os barões do café brasileiro, começaram a prometer a passagem e as despesas até a primeira colheita para famílias que aceitassem sair da Europa para trabalhar nos cafezais. A proposta era tentadora, ainda mais porque os países europeus vinham sofrendo uma grande crise econômica. As famílias imigrantes, quando chegavam ao Brasil, descobriam que só podiam comprar no armazém de seu patrão ao preço que ele bem entendesse, que metade do que produzissem seria do dono da terra, que pagariam um juro de 6% de tudo que colhessem, fora o fato de que nem sempre as terras prometidas eram férteis e produtivas. Quando as notícias chegaram ao continente europeu, as imigrações decaíram demais. A Alemanha chegou a proibir que seus patriotas viessem morar no Brasil, então o governo brasileiro começou a organizar campanhas de recrutamento pelos países europeus e se responsabilizar pela viagem dos interessados, afinal, além de salvar as plantações de café com sua força de trabalho, os imigrantes europeus também traziam a esperança de branquear nosso país para torná-lo mais bem quisto mundo a fora.