terça-feira, 24 de setembro de 2013

Exposição :O Brasil Doce

(Exposição realizada em 24.09.2013)

A exposição foi desenvolvida com a intenção de reviver um dos períodos mais tenebrosos da história de nosso país, os séculos XVI e XVII. Nessa época, o Brasil pertencia a Portugal que resolveu transformar nossas terras numa verdadeira fábrica de açúcar para habitar o local e impedir invasões por parte de outros reinos europeus. Infelizmente a escravidão se alastrou como fel dominando por completo a esfera de doçura presente por aqui. 

As peças foram confeccionadas pelos alunos dos sétimos anos I, II, III, IV e V coordenados pela professora da disciplina de História, Janaina da Silva. Mas para entender as maquetes é necessário entender o contexto histórico desse período brasileiro. Vamos lá?

A colonização do Brasil

Os portugueses resolveram morar no Brasil quando perceberam que os franceses estavam cada vez mais interessados no Pau Brasil e vinham fazendo viagens cada vez mais frequentes para cá. Como Portugal vinha sofrendo uma queda no comércio das especiarias que trazia das Índias, o rei achou melhor garantir sua posse sobre as terras brasileiras. Mas para isso era necessário encontrar algo que convencesse os portugueses a se mudar para a América.

Por quê o açúcar?

No século XVI o açúcar era um produto caro e muito desejado. Os portugueses já tinham experiência no plantio da cana-de-açúcar nas Ilhas do Atlântico, possuíam ricos comerciantes e banqueiros com condições financeiras de construir os engenhos açucareiros, além do mais podiam contar com o clima brasileiro que é muito favorável ao plantio da cana, sobretudo na região de Pernambuco e Bahia. 

A solução negra

Mas havia um problema para manter as grandes plantações de cana, a falta de mão-de-obra. Os portugueses não estavam dispostos a vir morar em terras desconhecidas e os índios que antes trabalharam na exploração do Pau Brasil já se negavam ao trabalho compulsório, fugiam facilmente das plantações e buscavam proteção nas Missões dos Padres Jesuítas que os protegiam da escravidão. A solução encontrada foi buscar braços fortes no continente africano, era o inicio da escravidão de milhões de negros inocentes que foram jogados dentro de porões imundos de navios rumo a um destino trágico e irreversível.

(Navio negreiro por Enzo, Héric e Júlio - 7º ano I/2013)

(Caravela utilizada para transportar o açúcar para o continente europeu por Thauani - 7ºIII/2013)
Os engenhos de açúcar

A produção do açúcar era feita nos engenhos que eram divididos em três partes: plantação, maquinário e casa grande, além das acomodações dos escravos, a senzala. Montar um engenho custava muito caro, por isso a maioria dos homens brancos não os possuía e plantava a cana em sua pequena propriedade ou em terras alugadas para depois procurar um engenho para produzir seu açúcar. Muitos dos engenhos brasileiros foram construídos com empréstimos dos holandeses que possuíam interesse em adquirir o produto a baixo custo para refiná-lo e vendê-lo a bons preços na Europa.

(Passo-a-passo da produção de açúcar por Mairon - 7ºIV/2013)
(Moenda tipo trapiche por Jackeline - 7ºIII/2013)

(Carro de boi por Érick e Willian - 7ºIII/2013)
(Senzala e tronco por Camila e Bruna - 7ºII/2013)
(Casa grande tipo assobradada por Nathan - 7ºV/2013)

Os trabalhadores dos engenhos de açúcar

Quando se fala no Brasil colonial, principalmente durante o período da produção açucareira, é comum pensar que somente os escravos trabalhavam. Mas isso não é real. Eram necessários uma série de trabalhadores especializados na produção do açúcar, além de homens confiáveis que supervisionassem os escravos. Esses homens geralmente eram portugueses pobres ou mulatos.

(As classes sociais dos engenhos de açúcar por Éverton - 7ºV/2013)

 Resistência negra

Os escravos não aceitavam pacificamente toda a crueldade que sofriam. Todos os dias encontravam diferentes maneiras de resistir as atrocidades impostas pelos homens brancos. A saída podia ser evitar uma gravidez, suicídio, depressão até a morte (banzo), sabotar equipamentos, ameaçar feitores, praticar golpes marciais (capoeira), tentar uma alimentação um pouco mais elaborada adicionando os restos de carne dentro do feijão (feijoada) ou até mesmo fugir para uma comunidade de pessoas em busca de uma vida melhor (quilombo), entre outras coisas.

(Quilombo por Ana e Priscila 7ºII/2013)
(Feijoada brasileira por Maique 7ºII/2013)

Isto é um pouco da realidade colonial brasileira durante o ciclo do açúcar demonstrado pelos alunos dos sétimos anos nessa exposição interna da Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes. Espero que tenha gostado do resultado final.

Agradeço e parabenizo todos os pequenos pelos excelentes trabalhos. Foi difícil selecionar os melhores pra publicar nesse post. Sinto não ter um espaço maior para divulgar fotos de todos os que mereciam estar aqui.

Até mais!