quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Breve Ensaio Social

No momento em que Saviani indica que se dobrasse imediatamente o porcentual do PIB investido em educação passando dos atuais cerca de 4% para 8% foi impossível não me recordar da famosa frase de nosso então presidente nacional, aquela utilizada pela primeira vez em 2005 e que já conquistou seu lugar inclusive num site para “Frases Famosas”, nossa popular: Quem manda aqui sou eu!

Sim leitor, é desta forma que nosso representante oficial se dirige aos indagadores quando não vê outra saída mais favorável.

Ainda no inicio deste mês Lula foi questionado sobre a aquisição, cá para nós um tanto desnecessária perante a realidade de nosso país, dos quarenta aviões caça. Você não está com problemas ópticos não, é isso mesmo, QUARENTA aviões. Mais uma vez ele usou seu jargão deixando claro que pouca satisfação pretende dar aos milhões de pessoas que o colocaram no topo político. Uma ação bastante polemica para um representante das classes oprimidas não é mesmo?! Reconheço a importância desta aquisição, mas não podemos deixar de concordar que nossa sociedade possui prioridades muito mais significantes do que essa.

Bom, voltando ao núcleo de nossa questão vamos pensar juntos: o que será que o senhor Luiz Inácio responderia se propuséssemos essa mesma opção de Saviani? Eu não descarto a provável oportunidade de ele usar um de seus instrumentos verbais de defesa pessoal, e você também não deveria descartar. Quem sabe ele lhe dissesse: "Eu não quero nem que você seja mais otimista do que eu. Se for igual a mim, já está ótimo.", mais uma colocação do ano de 2005 que lhe deixaria confuso e sem resposta condizente ao questionário. Já que é desta forma lamentável com que vem se comportando nossos administradores-mores.

O caso é que a idéia de Saviani é grandiosa, e muito mais que correta. Está sim, na hora do Brasil começar a se mover no quesito educação. Devemos parar de formar cidadãos acrítico e semi-analfabetos. É hora de crescer, de gerar, de fazer acontecer as propostas tão lindamente defendidas pelas políticas publicas educacionais; mais do que sugerir, é importante fornecer meios de tornar realidade, mas ao que tudo indica o representante do pobre proletariado se esqueceu um pouco de tudo o que viveu, bom, talvez ele pense que com um pouquinho de sorte todos nós conseguiremos alçar vôos e modificar nossa realidade social. Como é senhor presidente?! Esperávamos muito mais de você, sinceramente.

Termino este ensaio sobre a cegueira que infelizmente parece se tornar contagiante nos cargos públicos com a esperança de que alguém apto a isto consiga mudanças significantes e verdadeiras na situação educacional, enquanto que por aqui vamos fazendo nossa parte enquanto educadores dessa garotada quem vem com tudo simbolizando nossa próxima geração, que com a ajuda de todos nós dessa digna carreira de formadores irão sim estar preparados pra modificar nosso país quando chegar a hora deles agirem por nós.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Imperialismo na América Latina

A importância de conhecermos a realidade sócio política do local onde moramos é algo primordial, pois o direito de contestação surge a partir do momento em que existem pressupostos irrevogáveis; e enquanto cidadãos conscientes precisamos estar atentos ao que acontece nas esferas administrativas afim de exigir as melhores decisões a nosso favor.

Nossa América vem sendo alvo de políticas externas intervencionistas desde a chegada européia a nossas terras no século XV, e isto é um fato veridicamente público. Ao decorrer dos anos somos alvos de diversas intromissões estrangeiras, desde as ditatoriais até aquelas singelamente disfarçadas. No outro viés dessa história também já existiram diversas pessoas, medidas, tratados, planos, alianças entre outras coisas dispostas a mudar esta vergonhosa passividade americana, no entanto o sucesso está longe de ser atingido.

Com o advento do século XIX este quadro se torna muito mais problemático, as Américas se dissolvem ainda mais e um de nossos se torna a principal ameaça à integridade latino-americana. Chega o momento em que os Estados Unidos da América decidem implantar uma segunda marcha, desta vez não ao oeste e sim a todos os ângulos do hemisfério. Sua união se firma como tal e legitima o poder de seu nome. É o ressoar de um Estado ambicioso e sem limites.

Após a segunda grande guerra é que as idéias neocolonialistas se tornam uma prioridade norte-americana, a fim de impedir a ampliação do poder soviético. Desde esse momento somos considerados mero campo de investimentos, subjugando nossas nações, humilhando nossa sociedade e praticamente debochando de nossos políticos, logicamente tudo isso é muito discreto e está por detrás dos diversos encontros governamentais arquitetados todo este tempo. Cada simples conversa dentro da Casa Branca visa exclusivamente o seu interesse, passando por cima de todo e quaisquer conceitos éticos e morais. Assim toda a América-Latina continua sendo uma área de influência e manobra.

Todos os acordos políticos envolvendo esta potência mundial, sobretudo aqueles já formulados pela mesma como a Doutrina Monroe e a política do Big Stick, são exemplos claros de intervenções, basta analisarmos um pouco mais cada uma destas propostas para confirmar esta afirmativa. Os Estados Unidos da América buscam medidas para nos conduzir conforme sua intenção, podemos nos considerar lindas e ricas marionetes caro leitor.

Afirmar que possuímos meios de nos desprender dessa submissão em grupo ou quem sabe até individualmente é pensar além da realidade. Muitos levantes nos mostraram que sistemas organizados conseguem alcançar alguns objetivos específicos, e quando aplicados de maneira habilmente planejada, como no caso de Cuba na década de 50, pode levar ao objetivo geral como foi possível percebermos.

O importante é salientar que há muito passou o momento em que medidas precisam ser tomadas, chega de nos comportarmos como fantoches que seguem o rumo de um fator condutor alheio. É chegada a hora de espantar essa marcha absurda, de nos mostrarmos enquanto nações independentes, fazermos valer os esforços de resistência de nossos antepassados, honrar o sangue de nossos nativos e enfim elevarmos nosso poder, que não é pouco; recursos não nos faltam, e nisso somos muito superiores ao norte, resta encontrarmos o político certo que conduzirá cada um de nossos países ao apogeu tão merecido.

A Independência do Brasil e seus desdobramentos

No século XVIII vários fatores começam a demonstrar que o sistema colonial brasileiro já não era tão funcional. Os países europeus já se mostravam incomodados com o sistema absolutista e demonstravam interesses em partilhar uniões estrangeiras, por exemplo: a Revolução Industrial Inglesa ocorrida em meados desta época requeria a abertura de nossos portos para, logicamente, ampliar seu mercado consumidor. Neste mesmo momento aqui na colônia os ânimos também estavam exaltados porque os ricos produtores desejavam se desvencilhar do pacto colonial português, para aumentar seu campo de vendas e lucratividade.


Enquanto isto começava o processo de independência nas Américas através dos Estados Unidos, aqui começam a ecoar os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa através de nosso continente.


Nesta ocasião um acontecimento delineia os rumos da situação. É a vinda da família real portuguesa para nossas terras, financiada pela ambiciosa Inglaterra que, obviamente, já estava com segundas intenções. Já em além mar Dom Pedro vê uma boa oportunidade para si próprio que poderia ser Rei de dois impérios e então apoiado pelos grandes fazendeiros e comerciantes portugueses aqui instalados com interesses de se desvincular do caráter exploratório português, em 7 de setembro de 1822 nasce o Império Brasileiro.


Este Primeiro Reinado, no entanto, após devidamente instalado não se desenvolveu como o esperado pela população, pois as políticas continuaram beneficiando somente a elite social, que inclusive era a única com direito ao voto (voto censitário), e um dos poderes instalados deixaram claro que ainda estávamos totalmente submetidos às aprovações supremas, neste caso do Imperador, ainda português (poder moderador). A economia se manteve agro-exportadora, a mão de obra escrava não foi desvencilhada e desta forma nada se alterou nem política, nem econômica e muito menos socialmente. Agora éramos uma nação regida pelos caprichos de uma elite, continuávamos no mesmo patamar de desigualdades sociais em solo americano.


Começa aqui outra etapa de nossa história que são os movimentos contra a monarquia instalada, mas no momento nos deteremos neste período.